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EncaitarHerenvarno

Um poeta miserável
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Laranja...

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Um pôr-do-Sol alaranjado... Chega de mentir.
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...

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Poetas são desprezíveis.
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=)

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Vi que quando dois elementos de força sem limites se avolumam entre si e chocam-se, o resultado pode ser avassalador, e a dança deles pode, em um simples gesto, conter toda a verdade necessária deste mundo, ou doutros.

Intensamente, entretanto, cada vez mais sinto que palavras não conseguem perfazer nem ao menos 1% de tudo o que há... E isso, paradoxalmente, é bom!

Concordas?
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ONDE ESTÁ CARMEN SANDIEGO???

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Vim pensando nisso terrivelmente nos últimos dias. E cheguei a algo que parece ser o caminho para uma conclusão. Posso estar errado, mas mesmo que eu estiver, posso, assim como Galileu abriu o caminho para Newton bolar suas teorias, fazer com que alguém chegue mais perto da verdade no futuro. Então vamos lá.

Primeiramente devemos ouvir a música cuja pergunta é feita, música a qual abre o desenho animado: www.youtube.com/watch?v=xC1nsn… Ouvimos nela uma contradição na resposta: "ela pode estar em qualquer lugar" e, em seguida, "o planeta é o seu lar". Suspeito, não? Sim, eu sei. A palavra qualquer abrange muito mais que apenas certo local.

Se unirmos, agora, a música à animação de abertura, percebemos mensagens subliminares, simbólicas, sobre onde a dita cuja se encontra. Tais mensagens têm por intuito mostrar a verdade aos mais observadores e enganar aos mais crédulos.

Vamos à primeira: logo no início, Ivy, a garota ruiva, aponta para o topo de uma casa. Troca de cena rapidamente e vemos Carmen lá em cima, com um céu noturno e enluarado atrás dela. Até aqui, nada demais, mas logo tornar-se-á óbvia a mensagem aqui passada.

Passemos para adiante: Carmen, agora, está num deserto sob um céu alaranjado carregando um sarcófago. Novamente uma visão imensa do céu. Faz sentido agora? E se eu disser que em alguns segundos Carmen sai voando com seu veículo por cima das pirâmides até sumir de vista?

Vamos agora à última cena, a da Estátua da Liberdade: a câmera vem de baixo, e nos dá a contemplação da magnificência do ponto turístico de New York, e logo percebemos... quem? Carmen! Como? Com o céu noturno atrás de si! E AQUI está a chave do enigma. Quando a câmera está longe, no chão, mostra apenas o céu e algumas nuvens. No entanto, quando Carmen Sandiego recebe um close da câmera, no topo da tela, um pouco para a esquerda, pode-se ver a LUA! Lua esta que não estava lá antes. A cena fecha com nossa astuta ladra pulando da estrutura e novamente voando.

Isso me leva a crer piamente que artimanhas lingüísticas das mais ferazes foram utilizadas para induzir os telespectadores ao erro irrevogável: "o planeta é o seu lar" e o próprio título da série "Em que Lugar da Terra Está Carmen Sandiego? (Where on Earth Is Carmen Sandiego?)" nos proporcionam interpretações falsas a respeito da real localização da procurada. Nas duas frases, querem nos fazer acreditar que ela está na Terra, no planeta. As mensagens subliminares, entretanto, com seus elementos recorrentes (o céu, a Lua, o vôo de Carmen) se compreendidas corretamente, provam que Carmen abandonou sua vida de ladra e foi para a Lua.

"Ok, espertinho. Como, então, ela aparece nos episódios dentro do planeta?"

Eu respondo, padawan: o inconsciente coletivo faz com que as pessoas projetem coisas que não estão realmente lá, para que suas vidas não sejam vazias e essas pessoas não acabem se suicidando por falta de objetivos. Assim sendo, é óbvio que no desenho "Onde Está Carmen Sandiego?" (para comprimir o título) o objetivo de muitos dos personagens seja encontrá-la. Para isso suas mentes criam aventuras vividas puramente em sua imaginação, onde seus objetivos são realizados - ou quase. Carmen Sandiego, ao fim, sempre escapa. Isto, eles deveriam perceber, é a forma de seus cérebros tentarem dar o alerta de que uma busca como aquela é impossível, visto que NÃO HÁ Carmen Sandiego alguma no nosso planeta. Já houve, talvez, mas não mais. Qualquer busca por Carmen agora pode levar à ruína quem a procura, pode levar mesmo à loucura.

Se alguém notar qualquer coisa mais não percebida por mim, peço que me notifique. NÃO podemos deixar a manipulação mesmo dos desenhos mais inocentes ser feita pelas mãos nefastas dos líderes mundiasi e mestres das trevas. é hora de um BASTA!

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Só isso eu tinha a dizer. Não, mentira.

Também tinha a dizer que consegui, pela primeira vez na vida, escrever uma história contínua com mais de 10 páginas cujo meio e final já estão planejados e eu NÃO irei parar de jeito nenhum, por motivos de força maior. Estou feliz, mesmo. Não sei se tenho motivos (gosto de imaginar que tenho), mas estou.

Até mais a vocês que perderam tempo lendo isto. Adoro cada um de vocês (uns mais que outros [sim, sou bem seleto & sincero], mas adoro todos) que nesses dois anos (ou três? Perdi a conta do tempo que estou aqui) de dA me fazem companhia neste site, me ajudam de uma forma ou de outra, ou simplesmente viraram meus amigos. Nunca parei para agradecer de verdade assim, então resolvi fazer isso agora, já que posso morrer amanhã, né ú.ù

Queria falar mais, um monte de coisas mais, usando a desculpa de que posso morrer amanhã, mas creio que estendi-me demasiado.

Tivt'cato. (uma mistura de "até logo" com "fique bem" e "sinto/sentirei saudades"[dentre outros significados, de valores ainda mais elevados, que não tenho paciência de explicar agora, mas são garantidamente bons], num idioma que inventei, Prazaçka)
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Então, meus caros, depois de muito tempo, finalmente tomei coragem para digitar o extenso texto que compõe meu poema predileto (cujo qual não se encontra na rede). Espero que vos agrade tanto quanto me agradou:

"A Origem das Nuvens" - Luiz Delfino (dos Santos)

        I

A um filho das brenhas contando as saudades
Da taba que tinha deixado, a aprendi;
Que lenda formosa! Bem anos passaram,
Morreu o selvagem: e eu nunca a esqueci!...

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Um nome soava: rompia um gemido,
As vagas se abriam, deixavam passar,
Tão linda!... tão linda!... coberta de aljôfares,
Calçando conchinhas, a Virgem do mar.

Trazia uma lira, que prata não era,
Que não era oiro, nem era marfim:
Mas era uma concha forrada de pérolas,
Nos céus encordoada, de preço sem fim.

Arregaça as roupas, as pernas diáfanas
Põe uma sobre outra, numa onda do mar:
Encosta a cabeça nas asas de um zéfiro,
À praia se chega; começa a cantar:

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- Nasci nas neblinas das noites de outono,
Criei-me nas conchas das águas do mar;
As vagas me davam seu leite de espumas,
Os ventos me vinham no berço embalar.

Chamava os peixinhos das grutas algosas,
Miríadas deles eis vinham de além:
Eu chamo as ondinas, dançando elas correm;
As vagas eu chamo, cantando elas vêm.

Os ventos trouxeram da lua estas roupas,
Os ventos trouxeram também este véu,
Tão branco!... tão branco!... da neve mais branca,
Colhida da neve que nasce no céu.

E as vagas, e os ventos, e as castas ondinas,
E os peixes, que saltam, oh! tudo me diz:
- Princesa!... Princesa!... Deus salve a Princesa!
E eu sendo Princesa me sinto infeliz. -

Duas lágrimas rolam depois pelas faces,
E os olhos da Virgem se viam pairar
Num vulto gigante, que a treva encobria,
Num monte inclinado pra as águas do mar.

        II

Quem era o gigante do trono das rochas?
Vivia? ou cismava? Que faz ele ali?
Um dia, a desoras, cantando sem cuido,
Sem cuido, a desoras, cantando eu o vi...

- Nasci, branco orvalho, de um riso da aurora,
Criei-me saltando num seio de flor,
E as flores me davam bom leite em perfumes,
E as aves o sono num canto de amor.

As brisas, em bando, formando coréias,
Nos ombros de seda me vinham buscar,
Subindo as encostas das altas montanhas,
No topo das serras lá vão-me passar.

No topo das serras de vez me deixavam,
Me deram uma lira de ferro e marfim
Vesti-me de seda, coroei-me de névoas,
De aljofarezinhas calcei borzeguim.

Depois os perfumes subiam da terra,
As aves lá iam, lá mesmo cantar:
A voz das florestas tentava epinícios,
Cantava-me idílios a sombra do mar.

Firmado é meu trono nas rochas dos montes,
E as selvas e os montes aclamam-me rei:
- Feliz, bradam todos, feliz teu reinado!
Olhei para as águas cismando e chorei!... -

        III

E a turba descrida, que o via de longe
Na rocha, que emtesta num céu nevoento,
Dizia: - É uma nuvem, que coroa o rochedo;
Os cantos, que ouvimos, são da asa do vento. -

E o Bardo dos Montes, no topo das serras,
Em cima das rochas cismando vivia:
Coitado! de uma harpa de cordas de ferro
Só mágoas tirava: só magoas sabia.

=================================

E a Virgem das Águas nas praias boiava,
E os alvos vestidos rasgavam-se ao vento:
E os negros cabelos de pé sobre a fronte
Brincavam com as brisas de um céu pardacento.

E à vez encostada num leito de névoas,
Com a face tocada da poesia das águas,
Com os olhos banhados da luz das estrelas
Tocava... eram hinos; cantava... eram mágoas...

E a turba descrida, que a via sentada
Num leito de névoas, além a vagar,
Dizia: - É uma nuvem, que bóia nas águas:
Os cantos, que ouvimos, vêm da água do mar. -

=================================

E o Bardo dos Montes de pé sobre as rochas,
Cantando ou chorando, cismando vivia:
E a sombra gigante no trono das vagas,
Penhascos de prata, pairando se via.

E a Virgem das Águas tão louca!... tão louca!...
Vagava sem tino nas águas do mar;
E às vezes à praia chegava, e sorria,
Soltava uns soluços, tornava a chorar!...

E um dia, era cedo, e o sol não brilhava...
Do trono dos montes o Bardo saía,
Os troncos vergando da umbrosa montanha,
Com trêmulos passos à praia descia.

E os olhos ao longe, movendo piedade,
Pairavam nas águas de império sem fim,
E os dedos corriam nas ondas de uma harpa,
Que os ventos lhe deram de ferro e marfim.

=================================

E a turba descrida, que ao longe passava,
O Bardo dos Montes ouvindo cantar,
Dizia: - Que nuvem que bóia na praia!
Que vagas que gemem na praia do mar! -

        IV

- Habito nos Montes, ó Virgem das Águas:
Em cima das rochas bem anos vivi:
Cismando, cantando, chorando, morrendo...
Morrendo... morrendo... morrendo por ti. -

E o Bardo a procura, quer dar-lhe um abraço;
E a Virgem das Águas sorriu e chorou!
Tão louca! tão louca!... fugiu para os mares,
Correu sem sentidos: - cismou e voltou.

- Eu vim das montanhas, Princesa das Águas,
Por ter-me cansado de tanto te olhar:
Tem pena, não fujas do Bardo dos Montes;
Tem pena, Princesa das Águas do Mar!

Princesa, não fujas! Não vês? É tão frio
O vento da tarde! tão úmido o céu!
Tem pena do Bardo: sim! nega-lhe os risos,
Mas lança-lhe ao menos as pontas do véu.

Vem, sabe: em meu peito, lá dentro, há um vaso:
Na terra, que o enche, nasceu uma flor;
Se ao menos da morte, que morro, a salvasses?!
Ah! salva um raminho do ramo de amor!

Os ventos buscavam meu leito nos astros;
As flores me davam seu leite a beber;
As aves meu sono, cantando, embalavam...
Mas salva um raminho, que eu posso morrer. -

E o Bardo dos Montes os braços estende:
E a Virgem das Águas sorriu e chorou;
Tão louca!... tão louca!... fugiu para os mares;
Correu sem sentidos: - cismou e voltou.

- Firmei o meu trono nas rochas dos Montes,
Sepulcro pra um morto na praia encontrei:
Sem ti, ó Princesa, viver não podia;
Sem ti, ó Princesa, sem ti morrerei.

Os ventos dos Montes buscar-me-ão às praias:
As flores às praias vir-me-ão perfumar...
As aves o sono da morte acalentam;
Chorando, soluçam as vagas do mar. -

E o Bardo dos Montes os braços estende,
E a Virgem das Águas sorriu e chorou!
Tão louca!... tão louca!... fugiu para os mares...
Correu sem sentidos: - cismou e voltou.

- Os ventos buscavam meu leito nos astros,
As flores me davam seu leite a beber,
As aves meu sono, cantando, embalavam:
Contudo em meus reinos não pude viver...

Gemendo, cantando, chorando, morrendo,
Em cima das rochas bem anos vivi:
No leito das vagas me deixas chorando,
Cantando, gemendo, morrendo por ti... -

E o Bardo dos Montes os braços estende,
O extremo suspiro da vida a exalar;
Lutando com as trevas nas vascas da morte,
Os seios encontra da Virgem do Mar.

- Não morres, ó Bardo dos Montes,
Exclama a Princesa das Águas do Mar,
Teu peito é mais firme que as rochas das praias,
Vem pois em meus reinos comigo reinar. -

E o Bardo dos Montes a aperta em seus braços,
E em leito de névoas deitados lá vão:
Tão loucos!... tão loucos!... chorando e sorrindo,
Chorando e sorrindo de louca paixão...

Estalos de beijos, saciar de desejos,
Esvoaçar de avezinhas por entre a espessura,
Que a Virgem das Águas salvou uns raminhos,
E um bosque fez da alma de imensa ternura.

E o Bardo exclamava do trono das vagas:
- Foi morte por morte; do peito ao calor,
Não morro gelado do frio do vento,
Mas morro queimado do fogo do amor... -

        V

E o Gênio dos Ares um dia passando
Com roupas de neve deixadas ao vento,
Os olhos dois astros, radiando entre nuvens,
As tranças flutuando num céu sorridente;

Num carro de prata tirado a ginetes,
Que ao céu, invisíveis, passando a galope,
Levavam o Gênio à casa das fadas,
Que habitam das serras as selvas do tope,

A Virgem das Águas encontra... tão linda!
Lhe cai pela espádua seu cândido véu,
Tem roupas de noiva mais brancas que a neve:
Crê ver a Princesa das fadas do céu.

Enfreia os ginetes, que espumam raivosos,
Por cima das Águas, convulso, parou:
Trocou uns olhares de fogo com o Bardo;
Espada de raios do lado arrancou.

- Além das estrelas subi muitas vezes,
Perdi-me em caminhos dos reinos de além,
Em busca das fadas cansei meus ginetes:
Olhava... desertos! - Buscava... ninguém.

Com letras de fogo gravei nos meus paços,
Que bordam estradas, que conta não têm:
- Gentil peregrina, que vens de outros mundos,
Recebe poisada, - não passes além.

Bem vinda! Bem vinda! de além desses reinos,
As fadas ocultas só andam! - pois diz.
Formosa estrangeira, vem dar-me estas novas:
Gentil peregrina, onde é teu país? -

E a Virgem das Águas sorrindo se volta;
No gesto e sorriso lhe esmaga a ilusão:
Nos lábios do Bardo palpitam sorrisos,
Que adejam, como aves, que más novas dão.

Contendo-se o Gênio, lhe torna sereno:
- Não tenhas receio; que mal eu te fiz?
Gentil viajora, vem dar-me boas novas:
Mimosa estrangeira, onde é teu país?

- Quem és tu? - De iroso, voltando-se o Bardo
Ao Gênio dos Ares, se exalta ao bradar:
- Eu tenho o meu trono nas rochas dos Montes:
E ela? o seu trono nas vagar do mar. -

E o Gênio dos Ares tornou com desprezo:
- No trono o Coluro tão só me sustém:
O sol é meu leito; - meu paço as estrelas,
O reino, onde impero, limites não tem. -

- E eu tenho o meu trono nas rochas das serras,
E Ela o seu trono nas vagas do mar:
Esposa e Princesa do Bardo dos Montes! -
O Bardo dos Montes lhe torna a bradar.

Esbarra entre os dentes... tonteando esmagado
Mal roda sem asas um ai de improviso!
Estalam gemendo do peito as cavernas:
Nos lábios manqueja sinistro sorriso:

- Desprezo a um cobarde: vai, torna aos teus Montes,
Meu mais vil escravo mais reinos domina;
Voltemos à Pátria, graciosa estrangeira;
Os céus vos esperam, gentil peregrina,

As negras cortinas da noite se entreabrem,
Se funde o meu leito num mar de fulgor;
A voz de minha harpa dá voz às tormentas:
São meigos... são belos meus cantos de amor;

Ah! linda Rainha, vem deixa as tuas Águas,
Escravas incautas sorrindo aos tufões:
Descalças ondinas, se as plantas de prata
Descuidam da areia, lá acham grilhões...

Além das Montanhas, que dormem na terra,
As águias se elevam, se eleva o condor;
Do céu, onde impero, só passa exaurido
Algum pensamento de Deus e de Amor!

É tarde! voemos: as noites convidam:
À beira da estrada comigo amanhã
Terás o Deus salve da Aurora que passa,
À porta sentada da minha Aldebarã.

Ao verem-te as aves dos ares diziam:
- Andar, Peregrina; caminha, caminha:
Agora cantando, dirão, se te virem:
- Tão linda! Deus salve, Deus salve a Rainha.

As vagas chorando no fundo das Águas
Dirão de despeito: - Quem foi que a mandou?
A linda estrangeira, por ser muito linda,
Se foi peregrina, Rainha ficou.

Mas... brihlham meus paços: as lâmpadas ardem:
É noite, estrangeira: partamos pra além:
Não temas espaços: é tarde! partamos:
Eu tiro das rédeas o teu palafrém. -

=================================

E a Virgem das Águas, olhando o seu Bardo,
Montada bradava do seu palafrém:
- É noite, partamos, fujamos do Gênio;
É noite: fujamos pra as bandas de além.

Sus! Bardo: tal não penses: vinguemos espaços;
Não lutes: és Bardo, e ele é Paladim;
Tem ele uma espada forjada de raios,
Tu tens uma lira de ferro e marfim. -

- Tem ele uma espada forjada de raios;
Eu tenho uma lira de ferro e marfim.
Não stás ao meu lado? - Que importa um cobarde?
Dão brenhas de loiros combates assim. -

- Tu teimas levá-la, reizinho das Rochas?
Pois toma esta espada, se queres lutar,
Irmã desta minha, forjada de raios:
Mas... olha, que os Bardos só sabem cantar. -

- Gigante soberbo, rei de altos impérios:
Eu sou um reizinho, não temas de mim:
Tu és orgulhoso e orgulhos eu tenho:
Dão brenhas de loiros combates assim. -

- Sus! luta... urge o tempo... Gentil peregrina,
Por cima das Águas lá geme Alcion:
Ó Bardo dos Montes, as águas de Merguí,
Princesa, nem sempre tem junto um silong. -

=================================

E o Bardo dos Montes com o Gênio dos Ares
Olhares de fogo, raivando, trocou;
Espadas e liras encruzam nas trevas:
Os golpes trovejam, o sangue jorrou...

E a Virgem das Águas, tão louca! tão louca!
Ao lado do Bardo procura um lugar:
Não tendo uma espada forjada de raios,
- Eu te amo, - dizia, mais para o animar.

        VI

E o sol no outro dia doirava as montanhas;
Vagavam ginetes dispersos no ar,
E os restos de um carro perdidos nos montes,
E um corpo estendido nas águas do mar.

Um corpo diáfano, imenso, flutuante,
Suspenso, impalpável, fantástico ser,
Que o vento ao seu grado num sopro arrastava,
Imbele, vazio, sem força ou poder.

E as turbas buscavam nos montes a espada
Dos céus esgarrada, de enorme extensão;
Só viram penhascos, quebrados, rolados,
Uns troncos queimados, e cinzas no chão.

E o Bardo dos Montes, e a Virgem das Águas
Num leito purpúreo dormiam no céu,
E os raios douravam, e as brisas brincavam
Com os lençóis de neve, e as neves do céu.

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Vagavam sem tino depois vencedores
No céu sem limites, no reino do Ar,
No trono das rochas, em cima dos Montes,
No trono das vagas, em cima do Mar.

Talvez que morressem de muitas loucuras!
E as nuvens que sempre costumam boiar
No Monte e nas Águas são restos dispersos
Do Bardo dos Montes, da Virgem do Mar.

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As cousas, que eu conto, contadas nas brenhas,
Contadas, cantadas por Bardos da Grei,
Em criança as ouvia, se não verdadeiras...
O Índio dizia, serão... eu não sei.

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Creio que ainda falta-me muito para alcançar tal nível, afinal o homem é considerado o 2º mais grandioso poeta de Santa Catarina, atrás apenas de João da Cruz e Sousa... mas agora já sabeis quem é minha principal influência no método poético : )
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